sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Versos íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
enterro de tua última quimera
somente a ingratidão - esta pantera -
foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
mora, entre feras, sente inevitável
necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo, ascende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se alguém causa inda pena a tua chaga,
apedreja essa mão vil que te afaga,
escarra nessa boca que te beija!

Por: Augusto dos Anjos

Carta de fundo de baú

Queria te falar antes que minha razão tome novamente o controle sobre meu corpo. Já te falei muitas vezes que te amo, mas peço que m escute mais essa vez.
Quando estou perto de ti meu corpo começa a vacilar, todas minhas células parecem parar de funcionar, meus neurônios param de enviar sinais em meu cérebro. Cientificamente estou morto. Mas minh' alma passa a, inexplicavelmente, reinar sobre meu corpo, concedendo-me um tipo de energia transcendental que possibilita-me falar com o coração. Minhas veias passam a transportar algo que esquenta minha pele, fazer minha respiração ficar mais ofegante. Meu coração passa a bater repentinamente. Tudo que penso neste momento é nós dois em um único espaço em que não existe matéria real. Te amo, te amo, te amo. Meu mundo desmorona se tu não estás perto. Sem você eu fico sem luz, me perco na escuridão. Por favor não me deixe sofrer. Só quero teu bem. Diga-me apenas se me ama ou não, pois não pretendo que fiques comigo. Tu tens o teu ninho de amor. Só quero que clareie essa cruel dúvida minha. Você pode sentir o que grita meu coração? Pode perceber o que emana de minh' alma? Pode, ao menos, perceber isso em minha voz? Pode ser que sim, pode ser que não. Mas meu corpo expele feromônios carregados de amor, amor este que tenho por ti, e que inveja todos os mortais por sua imensidão.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A mulher e a matemática



De todas as ciências do nosso conhecimento,
É a matemática com certeza que alcança,
Com a mulher a mais perfeita semelhança.
Isto percebemos todo dia e a todo o momento!

Observem na matemática o seu elegante,
E sinuoso entrelaçar de valores e figuras,
Os belos e práticos algoritmos às mais puras,
Acepções de cada teorema sutil e atraente...

Cuja descoberta envolve tempo e paixão!
Tal qual na relação com a mulher amada...
Sempre nos trazendo surpresas ao coração!

Mas a semelhança dizem vozes abalizadas:
É que delas ninguém logra entender nada...
Tem regras, problemas e são complicadas!

Autoria de Pedro Paulo da Gama Bentes

Vamos rir, pois nem só de ideias vive o MATEMÁTICO



Aqui listo algumas anedotas relativas a este tão misterioso profissional. Aviso logo que algumas piadas podem demorar para ser entendida pelo público leigo. Divirtam-se.


Um advogado, um médico e um matemático, discutem as vantagens ou desvantagens de ter uma amante ou uma esposa.
Diz o advogado: "Evidentemente que é melhor ter uma amante. Se estivermos casados e nos quisermos divorciar, isso acarreta uma série de problemas legais.
O médico contrapõe: "É preferível ter uma esposa, porque a sensação de segurança diminui o stress, o que é muito bom para a saúde."
E finalmente o matemático comenta: "Estão os dois enganados. O que interessa é ter as duas, porque assim, quando a esposa pensa que estamos com a amante, a amante pensa que estamos com a esposa e nós podemos fazer um bocado de matemática!"

Um matemático, um biólogo, um físico e um teólogo estão num café observando pessoas entrando e saindo de uma casa. Primeiro eles vêem duas pessoas entrando. Logo depois, eles vêem três pessoas saindo. O teólogo diz: “Milagre!” O físico diz: “A medição não foi exata”. O biólogo diz: “Eles devem ter se reproduzido”. O matemático diz: “Se mais uma pessoa entrar na casa, ela ficará vazia”.

Um filósofo, um físico e um matemático recebem a mesma quantidade de cerca, e pede-se para que eles cerquem a maior área possível. O filósofo pensa por um momento e decide cercar uma área quadrada.
O físico, percebendo que podia cercar uma área maior, imediatamente coloca sua cerca em forma de círculo. “Quero ver você superar isso!”, diz ele ao matemático, sorrindo.
O matemático, em resposta, pega uma pequena parte de sua cerca, enrola-a em volta de si e exclama: “Eu me defino como estando fora da cerca!”

Um sociólogo, um físico e um matemático são presos cada um em uma cela e entregam-lhes um suprimento de comida enlatada, mas nenhum abridor. Depois de 30 dias, as celas são abertas. A do sociólogo estava coberta de marcas nas paredes, e latas amassadas por todos os lados. Ele jogou as latas nas paredes aleatoriamente até que elas abrissem, conseguindo comida o suficiente para sobreviver.
A cela do físico estava coberta de cálculos, e um canto estava severamente danificado. Ele calculou a maneira ótima de jogar as latas na parede de forma a abri-las de forma otimizada (com uma margem de erro aceitável), e ele também sobreviveu.
A cela do matemático também estava coberta de cálculos, mas não havia marcas nas paredes. De fato, dentro da cela estava a pilha de latas, fechadas, e o corpo do matemático. Ele foi capaz de derivar uma prova não construtiva de que existia um modo de jogar a lata na parede de forma a abri-la, mas não conseguiu achar a solução.

Um engenheiro, um físico e um matemático estavam num trem na Escócia. De repente o engenheiro olha pela janela e vê uma ovelha negra pastando no campo. Então ele afirma: “Todas as ovelhas da Escócia são negras!”
O físico então olha pela janela, observa a ovelha e retruca: “Não, na Escócia algumas ovelhas são negras”. Neste momento, o matemático corre desesperado para a janela, vê a ovelha e exclama categórico: “Estão enganados. Na Escócia, existe pelo menos um campo, com pelo menos uma ovelha com pelo menos um dos lados negros!”


Quantos MATEMÁTICOS são precisos para mudar uma lâmpada?
NENHUM! Deixamos isso como um simples exercício ao cuidado do leitor.
Quantos ESPECIALISTAS EM LÓGICA são precisos para mudar uma lâmpada?
NENHUM! Eles sabem provar que a lâmpada pode ser substituída mas não sabem mudar a lâmpada.
Quantos ESPECIALISTAS EM ANÁLISE são precisos para mudar uma lâmpada?
TRÊS! Um para provar a existência, outro para provar a unicidade e outro para demonstrar um método não construtivo de substituir a lâmpada.
Quantos ESPECIALISTAS EM ANÁLISE NUMÉRICA são precisos para mudar uma lâmpada?
3.99997 (valor arredondado com 5 casas decimas à 8ª iteração).

— Pai, se eu apagar a luz você consegue assinar o seu nome?
— Claro que sim, meu filho.
Depois de apagar a luz:
— Então assina aqui o meu boletim da escola, pai.

Um velho agricultor, com sérios problemas financeiros, comprou uma mula a outro agricultor por 100 Euros.
Concordaram que a entrega da mula seria no dia seguinte.
Entretanto, no dia seguinte, o agricultor chegou e disse:
- Desculpe-me, mas tenho más notícias. A mula morreu.
- Bom, então devolva-me o dinheiro.
- Não posso. Já o gastei.
- Tudo bem. Mas, traga-me a mula na mesma.
- E o que é que vai fazer com uma mula morta?
- Vou rifa-la!
- Você não pode rifar uma mula morta!
- Claro que posso! Só que não vou é dizer a ninguém que ela está morta...
Um mês depois, os dois homens encontram-se e o agricultor que vendeu a mula perguntou:
- Então, que é que aconteceu à mula morta?
- Rifei-a como lhe tinha dito. Vendi 500 números a 2 Euros cada e tive um lucro de 998 Euros.
- E ninguém reclamou?
- Só o fulano que a ganhou na rifa... Devolvi-lhe os 2 Euros...

Verdade, segundo um matemático

"A busca da verdade deveria ser o objetivo das nossas atividades, é o único fim digno delas. ... Mas às vezes a verdade nos assusta. ... Também sabemos o quanto a verdade geralmente é cruel e nos perguntamos se a ilusão não seria mais consoladora, sim, até mais revigorante, pois a ilusão é o que dá confiança. ... Essa a razão do nosso medo da verdade; nós a consideramos uma causa de fraqueza. Ainda assim, ela não deve ser temida, pois só a verdade é bela."

Poincaré, prefácio de The Value of Science, tradução G. B. Halstead, 189. Conforme transcrição de O'Shea, A solução de Poincaré.

domingo, 25 de agosto de 2013

Fim colossal

Terra em meu corpo
doce beijo em meus lábios
chuva fria e solo molhado
assim quero o fim de meu desespero.
Venha deusa morte
deita sobre mim teu corpo
e tire toda essência
deste corpo mutilado.
Mutilado pela cor, dessa vida sombria
Regenerado pelo álcool, que a mim acompanha
mutilado pelo amor, que nunca volta
regenerado pela orgia, que a noite profana
morte tu serás meu alívio
da dor da vida ingrata
da dor do amor sofrido
pelo coração partido...
beija-me com teu corpo frio
embriaga-me com a ilusão do desejo
leva-me para o antro do infinito
e molhe meus lábios com um pouco de ... álcool.



sábado, 24 de agosto de 2013

Tempo

Tempo de vida, tão longo enquanto vivo, tão pequeno enquanto não vivo. Tantas tristezas carregam o barco de minhas mais profundas reflexões. Tanto a ser, e pouco para poder escolher. Tempo, rápido tempo. Sente comigo para um chá, espere enquanto minha mente tenta enxergar os túneis que hei de entrar. Tempo, caro inimigo tempo. Olhe para meu rosto enquanto te persigo, olhe minhas emoções derramadas pelo passado e seja mais tempo. Tempo, cruel tempo. Nunca espera por seus seguidores. Tempo, passivo tempo. Nunca é causa, sempre efeito. Tempo, sábio mestre tempo. Faça de minha vida o que deve ser. Grave as linhas de meu passado e dê-me mais linhas para trilhar meu futuro. E quando minha linha finalmente acabar junte-a com o nó daqueles a quem pertenço. Leve-me para braços conhecidos. Braços onde finalmente poderei estar em paz.

Por quê?

Por que é difícil, tão difícil
para mim estar longe de ti?
Por que é dolorido, tão dolorido
quando você não está aqui?
Aqui ao meu lado
cuidando de mim, de minhas feridas
Por quê?
Por que o tempo falha, cruel tempo
quando espero para te ver?
Por que o mundo gira, tão depressa
quando estou a te perceber?
Tempo cruel, noite fria
tornam minha mente vazia
Por quê?
Quero aprender, saber
como fazer o tempo parar
o destino mudar
te fazer me amar
Desejo junto a ti estar
mas acho que não posso
Por quê?
Dúvida maligna, pérfida
não importa o que eu saiba
não importa o que tenho
nem mesmo o que sou
o que importa é o porquê
que não posso ter você.
Por quê?

Sentença de um condenado

Naquele caminho, estava aquele homem a carregar sua vida,
Caminhando lentamente para a sua felicidade,
Iluminado apenas pelas lâmpadas escuras,
Da luz que tem permissão do negro para iluminar,
A segui-lo estava um indivíduo sombrio,
Não para espiá-lo ou segui-lo, mas para escoltá-lo,
Ele tinha apenas como marca a sombra,
Que envolvia seu corpanzil.
Ao embalar essa marcha, tinha como sinfonia,
Os choros e gritos agonizantes dos que já marcharam
O mesmo caminho, com o mesmo alivio,
Todos para a cura suprema chegar.
E segue a marcha, o vulto de carrasco,
E o homem de réu, a temer o destino final,
Ele não sabia onde tudo ia terminar,
Mas a criatura em seu encalço sabia o que fazer.
Sempre naquele caminho, onde não existe dia,
O clima era da doce tristeza,
Conjurado com o aroma suave do ódio,
Ódio de quem por ali já seguiu.
Ao chegar ao lugar final, o vulto,
Agindo de forma sutil, feito o vulto da morte,
Retira de seu envoltório a afiada sentença do réu,
Uma lâmina cravada de sangue.
No trespassar da carne, nenhum ruído se ouvia,
O réu, consciente de querer aliviar a dor,
Embebedava-se no frio da execução,
Tendo em mente apenas os últimos prazeres.
Ao terminar ouviu-se apenas um gemer,
Daquele que dor não sente mais,
E a criatura a riscar,
Mais uma alma em sua carne.

Antropofagia da pedra

No meio do caminho havia uma pedra
Havia uma pedra no meio do caminho...
Mas agora eu vou chutar essa pedra
vou chutá-la pra longe do meu caminho.

E que não venha tal pedra
atrapalhar meu longo caminho
pois se em meu caminho houver pedra
eu faço a pedra perder o destino.

No meio do caminho havia uma pedra
Havia uma pedra bem no meu caminho
Hoje em dia a pedra não é mais pedra
hoje é só arreia que suaviza o caminho.

Carta à minha donzela

parte 1/3 http://nossalmainquieta.blogspot.com.br/2013/08/o-ultimo-desejo.html
parte 2/3 http://nossalmainquieta.blogspot.com.br/2013/08/encontro-do-amor.html

Teu corpo a tanto desejo
de ti quero tirar as correntes da inocência
e te mostrar o mundo onde os mortos riem
de onde todos temos origens e para onde vamos.

venha, siga-me até o lar das flores de pedra
onde os pássaros que cantam anunciam a morte
onde a sinfonia é o silencio que, à noite
dura para sempre, sem nunca cair.

Veja bem quem é aquele que te deseja
olhe bem em meus olhos
e veja o fogo do meu sofrimento queimando
dentro de meu coração.

tu sabes que te quero
então por que não vens?
não tenha medo do meu abraço
pois nele é que seremos imortais.

se tens o mesmo desejo que meu coração
me procure no local mais escuro do teu quarto
abra sua janela e adormeça
pois assim poderei te saciar.

Atenda ao meu desejo se és de teu querer
Chame ao meu nome (Yohan) na noite
Para que eu saiba que não somos dois
mas que somos a coruja que grita ao luar.

por: Kayuminaga Yohan
Amor poético, parte 3/3

Encontro do Amor

Parte 1/3 http://nossalmainquieta.blogspot.com.br/2013/08/o-ultimo-desejo.html

Meu corpo desejado por ti ignora outros olhares
Somente tu sugará meu sangue
E saciar meu coração que reclama sem parar.
estes teus olhos não negam teu pensar
posso ser uma flor que te enlouquece
ao sentir o inocente perfume.
não quero me enganar neste amor
que tanto espero viver antes da morte
falo a ti, meu sonho é ter-te.
em teus olhos encontrei um brilho diferente
e escrevo esses versos por te amar
irei te encontrar na mais bela noite de luar
meu coração quer ir de encontro ao teu
teu doce beijo quero provar
nesse momento o mundo será apenas meu e teu.
teus lábios gelados quero tocar
só por te amar
posso chegar a morrer antes de ter-te
mas na morte sonharei com você.
quando nos cruzamos no corredor, lado a lado
vejo teu desejo te sufocar
tens medo de amar, eu sei
tu não sabes disfarçar.

por: Mademoiselle Caroline
Amor poético, parte 2/3

O último desejo

De um corpo virgem desejo pescoço
para o sangue sugar, e saciar meu coração gargúleo
teu doce de vida, a mim serve como o vinho
embebeda-me e aproxima meu destino.
não se assuste se me verdes nas sombras de teu quarto
apenas quero destroçar teu pescoço
e arrancar de teu corpo a tua inocência
com meu corpo nu, banhado no negro
não te ocupes de gemer, meu anjo
pois tua boca estará selada com meu lascivo veijo
e tua última visão será a do coração
petrificado em meu peito, sendo arrancado
e em tua alma guardado.

por: Kayuminaga Yohan
amor poético, parte 1/3

Medo!

Vultos, vultos,
Tudo que vejo são vultos.
Ao meu redor, rindo,
Juntos como um só.
Enquanto eles andam em grupos,
Eu fico aqui sozinho,
Vendo o tempo passar,
Tendo como companhia apenas eu.
O ser humano nasce só,
E vive com amigos,
Com um medo a lhe atormentar,
Medo de só na morte ficar.
Que morram todos vocês,
De que vale amizade por medo?
Sentimento esperando retribuição?
Usar outros como escudo então?
Assim como o mal é omitido
E na sociedade, mascarado,
Mudem seu medo, pois acabar não dá,
Mudem para outro medo que possam suportar.
Mudem seu medo de morrer,
Pelo medo de amar,
Medo de envelhecer,
Pelo medo de esperar.
Medo, não há como destruir,
Pois nós somos medo,
Se, nós, o medo destruir-mos,
O medo nos terá destruído.

Amor

Nas sombras e desespero
E onde alimento meu medo
lugares de fúnebre enterro
são onde devo me libertar.
liberdade, vaidade,
dor infinita do coração meu.
afaste-se, desapareça
me deixe só.
Assim eu sou
Assim serei
ser de eterna dor
ser miserável
que nunca sentiu amor.
Amor, Amor.
mata-me com tua doçura
fere-me com tua ternura
e por final mergulha-me em amarguras
de triste e fiel solidão.
Amor, Amor.
Dor serena da alma
pranto que meu coração acalma
lugar de infindável agonia
lagoa de desilusão.
Amor, Amor.
Amor, Amor.
Amor, doce dor.
Amor, Amor.